Um passado cravado na memória –  vida de perito avaliador – Parte I

Eu estava dirigindo, tinha acabado de fotografar um imóvel. Ouvi meu celular tocando, era um número desconhecido, e nós corretores de imóveis sempre ficamos na expectativa: pode ser um novo cliente ou um colega de profissão para algum trabalho em parceria. Então parei no acostamento e atendi.

Era um senhor, identificou-se dizendo que era advogado e que estava trabalhando num processo de inventário. Um corretor havia passado meu contato.

Ele queria um orçamento para a avaliação dos bens da família. De imediato, falei sobre a documentação que eu precisava para elaborar o orçamento. Nos despedimos e quando cheguei ao escritório Dr. Rodolfo já havia me enviado as informações necessárias e os documentos.

Passei o orçamento e os herdeiros aprovaram no outro dia. Agendamos a vistoria para a semana seguinte.

No dia da vistoria, o tempo amanheceu um pouco fechado, com muitas nuvens e previsão de pancadas de chuva. O clima era ameno, mas soprava um vento. A meu convite, um amigo e parceiro de trabalho, o corretor de imóveis Fernando, me acompanhou nesse dia. Para ele era algo novo, pois só havia feito até então avaliação de imóveis urbanos.

Eram sete imóveis para avaliar. Marcamos a vistoria no início da tarde para os dois primeiros, pois ficavam na cidade. Eram terrenos amplos, em declive; em um deles havia somente o terreno, com uma vegetação rasteira e muitas árvores.

Em outro terreno também havia vegetação e algumas árvores, inclusive Araucárias e frutíferas. Porém nesse havia uma casa antiga de alvenaria bem conservada. Os herdeiros que nos acompanhavam contavam histórias da família: os encontros, as visitas dos parentes de longe, as brincadeiras das crianças correndo pela casa e pelo terreno.

Também havia uma pequena casa de madeira no local, mais antiga ainda e essa habitada até hoje.

Enquanto eu fotografava, Fernando observava tudo e fazia anotações. Também conversávamos sobre os imóveis, nos entregaram mais documentos para analisarmos. Embora o tempo estivesse cada vez mais fechado e até com alguns momentos de garoa, nós precisávamos fazer nosso trabalho com todo cuidado, sem pressa. Fotografamos a parte externa, caminhamos pelas ruas com declive acentuado, descemos e subimos para fazermos boas fotos.

Vida de Perito Avaliador é cheia de surpresas e precisamos estar preparados para as adversidades climáticas. Chuva ou sol, calor ou frio, não importa! Lá estamos nós no dia da vistoria, anotando, fotografando, caminhando ladeira abaixo, ladeira acima e assim seguimos em frente.

Saímos dali e marcamos de encontrar os herdeiros e Dr. Rodolfo nos imóveis rurais que ficavam a uns 35 Km da cidade. Mas esta parte eu vou contar na próxima crônica.

Convido você para acompanhar o desfecho desta que não foi só mais uma avaliação, mas a história da vida de uma família com um passado cravado na memória e também da vida real de um Perito Avaliador. Até lá!

Silmara Gottardi

Um comentário em “Um passado cravado na memória –  vida de perito avaliador – Parte I

  1. É interessante quando nos pedem uma avaliação de um imóvel e colaboram de imediato com a documentação inicial e a permissão de vistoria, o trabalho flui e nos inspira.

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