
O que me move a visitar a Rosa, essa mulher que tem o dobro da minha idade e mais um pouco, talvez sejam as lembranças doces das avós que não tenho mais, que estão lá em algum lugar olhando por mim, cuidando de mim. Eu sinto saudade, saudade de um beijo, de um abraço caloroso e do olhar.
Ah, como eu queria novamente um simples olhar das minhas avós! Mas como isso é impossível, visito a Rosa, essa senhora que tão de repente aprendi a admirar e que acalenta meu coração.
Na correria do trabalho, sempre tiro um momento para visitar a Rosa. Passo discretamente, olho-a distante, quando está acompanhada da família. Mas quando a encontro sozinha… ah… quando ela está sozinha… aí me aproximo, abraço-a, seguro sua mão com vontade.
Converso bastante quando está quieta, porém fico quieta quando ela está falante. Como hoje, a Rosa estava alegre, sorrindo, conversando e eu segurando sua mão ou ela segurando a minha mão, não sei exatamente quem estava mais entusiasmada, se eu ou a Rosa!
Aqueles 30 minutos passaram voando, porque nossa alegria era mútua. O que nos divide são 47 anos, só isso e nada mais! Entre tantas ‘Rosas’, eu encontrei ‘a Rosa’, vó de coração, amiga, que mesmo sem eu conhecer muito da sua história, me cativou.
E assim, entre um dia de trabalho e outro, corro para ver a Rosa, mesmo que seja para sentir o calor de suas mãos e saber que tenho ela para visitar.
Rosa, você não se lembra de mim, você certamente não sabe quem eu sou. Mas eu sei quem você é e isso me motiva a lhe visitar. Estarei sempre aqui pertinho para segurar sua mão e para você segurar a minha. Estarei sempre aqui para ouvir suas histórias. Porque meu coração não exige nada mais que isso: o amor e o carinho da Rosa!
Silmara Gottardi
E certamente tem muito orgulho do filho, pois ela educou uma pessoa que se tornou uma referência! Agradeço pelo seu trabalho e pela sua postura! Abraço!
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Sim, Silmara, eu sei quem é a rosa. Ela me deu a vida, vida profícua, vida de amor, de doação, nem sempre glamourosa, mas é vida. Vida que deve ser vivida e agradecida. Abç. JTS
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Exatamente isso, Vanilda! Um grande abraço!
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O amor dividido é simplesmente divino, não exige, é uma troca de tempo, carinho, incomparável.
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