
Sempre que faço orçamento para uma avaliação de imóveis fico naquela expectativa pela aprovação do trabalho. E é normal esse sentimento, afinal alguns não são aprovados, e isso faz parte do dia a dia do perito avaliador. Mas, quando o cliente aprova, fico muito feliz e imediatamente começo o processo para agendar a vistoria e me organizo para poder cumprir o prazo de entrega do laudo. Desta vez, não foi diferente.
Recentemente fui indicada para uma avaliação imobiliária cujo orçamento felizmente foi aprovado. O imóvel ficava em uma cidade próxima e como sempre, ao agendar a vistoria, procurei me adequar aos horários do cliente. Confirmei data e horário para me encontrar com Sr. Antônio em frente ao local.
No dia saí com antecedência de casa, pois não conhecia bem a região e queria andar um pouco pelos lugares próximos ao imóvel avaliando para conhecer melhor a estrutura da região. Era uma tarde de sol, o calor estava exageradamente forte.
Passei em frente ao imóvel e vi que se tratava de uma chácara. Da estrada, pude observar que era um lugar bastante arborizado e muito bonito. Segui em frente e parei num mercadinho próximo para comprar uma água gelada.
Continuei andando pela região, conhecendo o local, fotografando placas de anúncios e conversando com alguns moradores. De repente, recebi uma mensagem do Sr. Antônio avisando que já estava a caminho. Então, me desloquei rapidamente para o imóvel e em seguida ele chegou.
Nos apresentamos, já que ainda não havíamos nos falado pessoalmente. Então, Sr. Antônio me perguntou:
— Silmara, o que você precisa para fazer a vistoria?
Ao que respondi:
— Basicamente eu preciso caminhar pela chácara, conhecer bem o lugar, fazer umas fotos e também analisar as edificações.
O cliente me olhou um pouco espantado e foi logo avisando:
— Olha! A chácara tem um declive meio forte. Acho que com este calor vai ser um pouco difícil andar por aí.
Mas o que ele não sabia é que já estou acostumada com essas “dificuldades”. E respondi:
— Sr. Antônio, não se preocupe! Vim preparada com roupas e calçados confortáveis. Isso já faz parte da minha rotina de trabalho. Sei bem como é.
Enquanto íamos conversando, seguimos uma trilha pela área. Sr. Antônio ia explicando cada detalhe sobre a chácara. Observei que havia muitas árvores nativas da região, samambaias e outras espécies que eu não conhecia. Mas o que mais chamou minha atenção foram as belas Araucárias[i] que havia no local. Nossa! Elas eram imensas! O cliente informou que aquelas eram árvores centenárias.
Depois de uma boa caminhada, chegamos perto do rio, que ficava nos fundos da área. Eu ia ouvindo tudo com muita atenção enquanto fazia anotações e fotos para o laudo. Difícil era me concentrar somente no trabalho, pois o lugar era lindo, o cheiro de ar puro, aquelas Araucárias majestosas, tantas plantas diferentes, o barulho do rio, os pássaros que não paravam de cantar.
Realmente era um imóvel que chamava a atenção, um lugar tranquilo, muito bonito e de uma natureza exuberante. E esse trabalho foi tão especial que resolvi dividir esta crônica em duas partes e contar o restante em uma próxima oportunidade. Então, convido você a me acompanhar que em breve trarei mais detalhes sobre este lugar mágico.
Silmara Gottardi
[i] A Araucária é uma espécie de árvore nativa da América do Sul comum nas regiões serranas do sul e sudeste do Brasil e da Argentina. É conhecida pelo seu formato cônico, por suas agulhas longas e grossas e pela sua semente comestível: o pinhão. A Araucária pode alcançar mais de 70 metros de altura e vive em torno de 200 anos. Algumas espécies são ameaçadas de extinção devido à destruição de seu habitat natural e à exploração ilegal madeireira. A Araucária tornou-se símbolo do Estado do Paraná, dando o nome a Curitiba (“curi-tyba”, que significa “muitos pinheiros, pinheiral”), e aparece nos brasões de várias cidades.
Muito obrigada, prof Benito! Grande abraço!
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Bom Dia! Silmara. Como sempre maravilha de explanação sobre o local. Eu viajo nas suas palavras. Parabéns!!!
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