
Estava eu na correria do dia a dia e, entre um trabalho e outro, tive que passar no supermercado. Coisas normais que todos nós fazemos. Afinal, além de profissionais, somos mães e pais, temos família e tantos outros afazeres.
Chegando no estacionamento do supermercado, fui surpreendida por uma ligação de um número desconhecido. De imediato, parei o carro na primeira vaga disponível para poder atender ao telefone.
Era um senhor que queria informações sobre a possível contratação do meu serviço para avaliar um imóvel. Ele se identificou e explicou o que precisava. Como de praxe, pedi a documentação necessária e mais algumas informações para elaborar o orçamento. O cliente foi bastante ágil, em seguida, já me passou o que eu havia solicitado.
No supermercado, comprei o que precisava e saí rapidamente. Já no escritório, fiz o orçamento e encaminhei ao cliente. Ele aprovou e disse que era exatamente assim que precisava do trabalho, como eu havia descrito: uma avaliação do imóvel e com laudo fundamentado.
Agendamos a vistoria para dali alguns dias. Como havia um inquilino morando no imóvel, aguardei o ok para fechar um horário em que a pessoa pudesse me receber.
No dia marcado, me dirigi ao local para fazer a vistoria e as fotos. Estava um dia um pouco nublado e abafado. Percorri o bairro para reconhecer a região e de repente me deparei com algo inusitado: no meio do caminho, havia uma ponte de madeira. Achei aquilo bastante incomum para uma metrópole. A ponte era estreita, embora bem feita, com espaço para passar somente um carro por vez. De fato, aquilo chamou minha atenção.
Antes de passar pela ponte, parei um pouco para apreciar aquela paisagem, fotografei e fiquei observando. De um lado, havia uma área verde, com árvores bem bonitas, que se ligava ao asfalto e às residências através da ponte de madeira. Entrei no carro, atravessei a ponte e segui meu caminho, pois precisava chegar ao endereço para realizar meu trabalho. Assim, fiz as fotos, anotei o que pude sobre o imóvel, me despedi da inquilina e percorri o bairro para coletar amostras.
Eu não sei como você, Perito Avaliador, se comporta quando vai para uma vistoria, mas eu sempre tento apreciar tudo: o trajeto, os detalhes, as pessoas, a paisagem. Procuro transformar o meu trabalho em um momento agradável. Aprendi que sempre podemos conhecer algo novo, seja no caminho, seja no local da vistoria. O nosso trabalho não se resume somente a cálculos: vai muito além disso. Só quem vive de verdade esta experiência entende os encantos das avaliações imobiliárias.
Silmara Gottardi