
No decorrer dos anos é normal o profissional ter certa experiência dentro do seu nicho de trabalho. Porém isso não significa que o serviço se torne algo fácil ou que nada de novo aconteça.
No mundo das avaliações imobiliárias não é diferente, nós peritos avaliadores estamos em contínuo aprendizado e sempre nos deparamos com situações diferentes, algumas, inclusive, inusitadas.
Um dia um colega me ligou para fazermos parceria em um trabalho. O cliente queria uma avaliação de um imóvel na capital, precisava saber o valor real do imóvel.
Como todo trabalho em parceria, conversamos depois de analisar a documentação e fizemos a proposta dos honorários. Como era um imóvel com certa complexidade, tivemos que analisar todos os detalhes para chegar num valor justo. Para nossa alegria, o cliente aceitou e então já agendamos a vistoria, era uma avaliação extrajudicial.
Era um terreno grande, estacionamento para muitos carros. Havia araucárias, outras árvores, vasta vegetação, uma área com grama e flores, tudo muito bem cuidado e limpo. Uma cerca e um muro dividiam o terreno.
A luminosidade daquela manhã facilitava para fazer bonitas fotos, e toda a parte externa ficava ainda mais encantadora com o sol sobre as flores e as árvores. Caminhamos e observamos cada detalhe. Eu ia anotando e o meu parceiro de trabalho fotografando.
Depois fomos para os galpões. O local era muito bem cuidado e ali estavam instaladas duas empresas. Entramos e foi um pouco surpreendente, pois a parte interna não era muito comum. A maioria das salas com divisórias simples, tipo drywall e também com espaços imensos, cozinha, expositores em maquetes e em tamanhos reais. O chão era ora cimentado ora de madeira.
Já ia passando na minha cabeça como proceder os cálculos para avaliar este tipo de imóvel nada comum. Por mais que tivéssemos analisado toda a documentação e tínhamos passado em frente ao imóvel, foi surpreendente.
Terminamos as fotos e as anotações. Nos despedimos da pessoa que nos acompanhou e nos preocupamos de imediato: como avaliar um imóvel tão peculiar?
Neste momento o perito tem que ser muito cauteloso, um trabalho superficial pode levar ao erro, por isso tivemos o cuidado absoluto para ter a certeza de como fazer esta avaliação.
Mas eu te conto na próxima crônica. Aguardo vocês!
Silmara Gottardi