
Depois do orçamento aprovado, agendamos a vistoria. De certa forma, essa foi uma avaliação bem diferente, pois envolvia uma série de coisas peculiares. Era uma área muito grande, várias edificações diferentes, terreno com plantações distintas e criação de gado, tanques, parte plana e parte com morros.
Sem contar o detalhe que não havia como chegar de carro, por isso, eu e Luca alugamos uma camionete traçada, só assim para podermos dar conta do serviço.
Como envolvia a avaliação de toda propriedade e eram centenas de hectares, com edificações, estudo de solo, plantações e tantos detalhes, inclusive muitos quesitos, fizemos parceria com um colega de trabalho, que tem mais experiência no assunto. Marcelo reside em outro Estado.
Então, no dia da vistoria madrugamos, buscamos Marcelo no aeroporto e pegamos a estrada. Lá fomos nós três para um trabalho novo! Muita conversa, concentração, troca de informações e organização de como seria o nosso dia. Precisaríamos do dia todo para finalizar essa primeira parte.
Duas horas depois chegamos próximos ao local, tomamos um café reforçado, porque sabíamos que seria bem intenso o trabalho, e a concentração era total! Dali partimos para a fazenda, onde já nos aguardavam. Enfrentamos bastante barro durante o trajeto, realmente só com um carro daquele porte para chegarmos ao local. Luca sempre com muito cuidado e atenção direcionava lentamente a camionete.
Chegamos à sede e primeiramente houve uma conversa, algumas informações necessárias, o mapa de localização para nos situarmos sobre a divisa das terras. Estávamos equipados com botas, roupas adequadas e jaquetas, pois fazia frio naquele dia.
Portávamos máquina fotográfica, prancheta, celular, mochilas e água, e o principal, que não poderia faltar: a vontade de fazer um bom trabalho, disposição, entusiasmo e muita dedicação. Tudo pronto para começar, não se podia perder tempo.
Percorremos toda fazenda, centenas de hectares. Fomos de camionete até onde deu, porém, a maior parte do trajeto percorremos a pé, pois havia muitas áreas para fotografar. Mas nada nos segurava. Ficamos no local por horas até conseguirmos terminar tudo. No meio da tarde, estávamos exaustos, com lama até os joelhos, às vezes, afundávamos no barro, sem contar os inúmeros escorregões.
Apesar de todo cansaço, saímos de lá com a certeza de que fizemos o melhor possível. Com a vistoria feita, restava juntar tudo o que tínhamos para fazer o laudo. Procuramos um restaurante para limpar os calçados embarrados e limpar um pouco a roupa. Depois, o tão esperado almoço, que foi quase uma janta, pois já era tarde; sorte que conseguimos encontrar um local aberto para almoçar.
Muita conversa, muitos risos e muita alegria por mais um trabalho! Depois de almoçarmos, retornamos, deixamos Marcelo no aeroporto, pois ele já retornaria à sua cidade naquela noite. Eu e Luca voltamos para nossa cidade com a certeza de mais uma missão cumprida. Mas ainda restava o trabalho de pesquisa e o trabalho de produzir o laudo.
Silmara Gottardi