Plantar e ter paciência para colher – a história de um perito avaliador imobiliário

Eu conheci Vitaliano Tonkiel em um dos grupos de WhatsApp de corretores de imóveis do qual participo. Um dia, numa conversa, ele comentou que seguia meu blog e que admira a forma como eu encaro a profissão. A partir de então, começamos a trocar ideias sobre as avaliações de imóveis. Nascido em Tapejara (RS), cidade próxima a Passo Fundo, Vitaliano reside hoje em Maravilha (SC), por questões profissionais. Há 10 anos, é corretor de imóveis e se diz muito feliz com a profissão. Além disso, tem um programa na rádio local, com foco na área imobiliária. Por tudo isso, convidei-o para nos contar um pouco sobre a sua trajetória como Corretor e Perito Avaliador Imobiliário.

Silmara: Por que você escolheu a profissão de corretor de imóveis?

Vitaliano: Na verdade, eu não escolhi essa profissão, a profissão que me escolheu, e eu a abracei. Entrei meio que por acaso. Eu tinha uma loja de roupas e um amigo, que sempre comprava roupas comigo, um dia me pediu um favor: o filho dele havia sofrido um acidente em outro Estado e ele precisava ir até lá. Ele disse que confiava muito em mim e me pediu para tomar conta da sua imobiliária por alguns dias. Havia mais pessoas que trabalhavam na imobiliária, mas ele queria que eu ficasse responsável. Então, tomei conta dos negócios do meu amigo por uma semana. Quando ele voltou, me pediu para ficar por mais um tempo, pois se sentia desanimado. E não era para menos, seu filho acabou falecendo e isso o deixou muito abatido. Por ele ser um grande amigo, acabei ficando e passei a gostar dessa área. E assim comecei a fazer o curso de TTI (Técnico em Transações Imobiliárias). Sempre fui vendedor, trabalhei em várias áreas de vendas e me identifiquei com o mercado imobiliário. Tanto que resolvi abrir a minha própria imobiliária.

Silmara: Como foi essa mudança de trabalho? E como foi começar numa área profissional antes desconhecida? Conte-nos um pouco sobre isso.

Vitaliano: Acabei vendendo a loja de roupas e abri a minha própria imobiliária. Na época, eu já havia terminado o curso de TTI e o curso de Avaliação de Imóveis, que fiz na sequência. Eu sempre trabalhei por conta própria, por isso achei melhor abrir a minha própria empresa. Aluguei uma sala pequena, comprei móveis usados e, como o endereço ficava próximo ao cemitério, a referência era o cemitério. No início, eu tinha uma única casa para venda, era só um anúncio. Inclusive um corretor me encontrou um dia e me disse que aquilo era uma vergonha: eu ter só uma casa anunciada para venda. Mas era o que eu tinha. Logo consegui vender aquele imóvel e recebi um bom dinheiro dos honorários. A partir daí, comecei a angariar mais para venda e angariar para locação. Formei uma carteira de clientes que tenho até hoje. Também faço avaliação de imóveis.

Silmara: O que é ser um bom corretor?

 Vitaliano: Na minha opinião, ser um bom corretor é trabalhar de corpo e alma, incorporar a profissão. É não ter preguiça de se levantar cedo ou deixar de fazer um churrasco no domingo com a família, para atender um cliente, como já aconteceu comigo. Tem que fazer o que é justo, o que é certo. É preciso fazer aquilo que você gostaria que fizessem a você. Com o tempo, você se torna reconhecido, não é algo rápido, tem que ter paciência.

Silmara: Você é muito comunicativo. Fale um pouco sobre seu programa na rádio.

Vitaliano: O programa na rádio, A Hora do Negócio, eu tenho há mais de 10 anos. Naquela época, a internet não era tão forte como agora principalmente no interior. Eu tenho um público bom, e mesmo com a internet crescendo tanto, ainda têm pessoas que gostam do rádio. Sempre levo uma oferta de venda, conto uma piada; gosto do rádio, sou comunicativo, gosto de falar com as pessoas, desse contato, faço muitas amizades e negócios.

Silmara: Como você atende seus clientes?

Vitaliano: Eu atendo os clientes do meu “jeitão”. Quando me ligam, eu atendo na hora, porque o cliente não pode esperar. O bom corretor precisa atender na hora, e eu tenho colegas na imobiliária, têm mais corretores para me ajudar, sempre oriento e marco presença. Trabalhar em uma cidade pequena tem vantagens e desvantagens, em qualquer lugar precisa correr atrás dos clientes, garimpar.

Silmara: Você investe em tecnologia e conhecimento no geral?

Vitaliano: Sempre estou antenado com a tecnologia, mesmo com muito trabalho, sempre me atualizo, estudo, faço curso. Mas não é fácil, porque tenho família, preciso dar atenção. Então é importante ter força de vontade, mas quando você trabalha no que gosta tudo fica mais fácil.

Silmara: Você poderia nos deixar uma mensagem sobre a profissão de Corretor de Imóveis?

Vitaliano: Temos que trabalhar sempre com ética, mesmo vendo alguns “pilantras” por aí. Procuro manter o foco e ser correto com meus clientes. É preciso batalhar muito – quando digo muito é muito mesmo –, não se pode desanimar. Se você trabalha no que gosta e é feliz, um dia você vai vencer. Veja os professores e enfermeiros: são enviados de Deus. E os corretores precisam levar a profissão como uma missão; precisam respeitar os clientes e os colegas. Plantar em primeiro lugar, para depois colher. Se o corretor não estiver preparado para mostrar um imóvel durante dias e dias, meses e meses, ou se achar isso ruim, aí não vai se dar bem. O corretor precisa entender que o trabalho é árduo, mas compensador. Se a pessoa incorporar a profissão de corretor de imóveis, o sucesso é garantido! E o que é sucesso? Depende, cada um tem seus objetivos: para uns, ganhar dois mil reais pode ser sucesso, para outros, 10 mil, isso vai depender de cada um. Ter sucesso, na minha opinião, não é só ganhar dinheiro, isso qualquer um consegue. Ter sucesso é deitar a cabeça no travesseiro e dormir bem, dormir com a consciência tranquila. Se levar só para o lado financeiro, as chances de dar errado são grandes. Porque a realização profissional vai muito além de dinheiro, a realização profissional é trabalhar para o bem do outro.

Silmara Gottardi

Um comentário em “Plantar e ter paciência para colher – a história de um perito avaliador imobiliário

  1. Preciso ser sincero; Não lembro ter almejado tal reconhecimento enquanto Profissional, acredito que por isso tenho este espaço agora. Colega e amiga Silmara: Você, dedicar um tempo e escrever sobre a profissão que eu amo, sobre parte da minha vida, é gratificante e me deixa muito feliz. A minha gartidão não cabe aqui nesse comentário, ela vai ter espaço reservado em orações de agradecimento que faço para o nosso Deus. A todos que lerem a matéria, desejo que encontrem as energias benfazejas emitidas a eles e meu muito obrigado. …Seguimos no bem…Abração

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