
Dentre tantos trabalhos, estávamos eu e Luca novamente fazendo uma proposta de honorários. Era uma área rural perto da região metropolitana. Passamos a proposta e o cliente aceitou. Agendamos a vistoria e lá fomos nós conhecer e fotografar o sítio. O cliente orientou-nos mais ou menos como chegar.
Até o Centro da cidadezinha foi tudo bem, pois conhecíamos a região. Era um lugar simples: poucas ruas asfaltadas, bastante poeira, uma cidade pacata, onde as pessoas conversavam na calçada. Observei que a maioria das bicicletas que se via por ali não possuía marcha; aquelas bicicletas antigas eram o meio de transporte de muitos dos moradores.
Tínhamos que seguir as orientações de um mapa mal desenhado, que dizia a quilometragem a partir da Igreja Matriz. No início, até que estava bem explicado: “tantas quadras após o comércio tal, depois virar à esquerda”, e assim íamos seguindo aquele mapa.
Chegou num ponto onde o mapa informava que a partir dali seriam 12 km de estrada de chão. Conforme a orientação, o sítio estava localizado ao lado direito da estrada e a divisa era formada por várias árvores e cercas. Parecia tudo muito fácil, mas quando nos aproximamos dos 12 km, nossa maior dúvida era saber se o sítio realmente ficava àquela distância. Para nossa surpresa e apreensão, não havia árvores, tampouco cercas, como fora descrito pelo cliente.
Paramos o carro no meio do nada e ficamos observando. Percebemos uma estradinha, uma cerca que poderia ser uma das divisas, mas ainda estávamos na dúvida. Avistamos algumas árvores, mas não na quantidade informada. E o problema é que ali não havia sinal de celular para podermos falar com o cliente.
Até que o silêncio foi quebrado pelo ronco do motor de um trator. Era um sitiante que se dirigia para sua lavoura. Sem pensar duas vezes, Luca pediu que parasse ao que gentilmente ele atendeu. Apresentamo-nos e, com a matrícula em mãos, explicamos a situação.
Assim que informamos nome e sobrenome dos proprietários do sítio, aquele homem de meia idade, mãos calejadas, judiado pelo trabalho ao sol, disse em tom sorridente: “Conheço, sim”; e já foi nos informando sobre o dono das terras, os filhos, e que conhecia toda a família.
Assim, com a ajuda daquele senhor, tivemos a certeza de qual era o sítio correto. Agradecemos imensamente a ajuda e ele seguiu para o seu trabalho. Eu e Luca caminhamos pelas divisas, fizemos fotos de vários ângulos, anotamos a descrição e depois retornamos para a cidade.
E assim mais uma missão foi cumprida. Mesmo em meio às dificuldades, insegurança, tentamos fazer o nosso melhor, pois o mais importante é que o trabalho seja realizado o mais corretamente possível. Saímos de casa muitas vezes sem saber o que ou quem encontraremos, mas precisamos acreditar que tudo vai dar certo! Porque vai!
Silmara Gottardi
Sempre dá certo!!!
Você e guerreira e guerreiras não desistem nunca!!!!
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Muito obrigada, minha amiga e colega de trabalho!!!!! Somos guerreiras!
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